Day-to-Day

No Que Acreditar?

June 14, 2009

Constantemente somos bombardeados por “informações” a respeito da confluência do universo e de “forças superiores” em relação às nossas vidas cotidianas. “Júpiter na sétima casa, alinhado com Urano lhe trará vibrações positivas”. O quê isso significa e como observar essas “vibrações positivas”? Por quê cada fonte de horóscopo traz então diferentes mensagens para uma mesma posição dos astros?

Desde seus primórdios, o homem daz uso de crenças. Originalmente nos elementos da natureza, um rio, o trovão, passando para a figura de deuses ao longo dos séculos e então um único Deus, todo poderoso, que é o modelo das maiores religiões atuais. O uso da crença para explicar aquilo que a ciência não abrange é uma forma de tranquilizar a mente das pessoas.

Só recentemente é que a ciência tem conseguido disputar espaço com as crenças. Particularmente durante toda a idade média, a Igreja fazia uso de repressão e violência através da inquisição, condenando à morte aqueles que se opunham a seus dogmas não-científicos. Até hoje, muitas das inovações científicas são malvistas pelas autoridades eclesiásticas. “Porque vão contra a vontade de Deus”, afirmam.

Não raro, vemos cartazes em postes, na televisão, ou ouvimos amigos comentando sobre alguém com poderes sobrenaturais. Alguém que prevê o futuro, ou fala com os mortos, ou manipula a forma que as coisas acontecem: uniões amorosas, vingança contra rivais, sucesso em algum desafio. Na maior parte das vezes, os “paranormais” se munem de estratégias ignoradas no nosso dia a dia, como expressão corporal ou comentários feitos pelo cliente. O ponto é que, pelo simples fato de o cliente estar ali, ele já apresenta tendência, vontade de acreditar no que irá ouvir. Mais uma vez a crença tranquilizando a mente das pessoas.

A crença é uma espécie de efeito placebo, quebrando a monotonia da rotina e apontando subjetivamente um caminho particular em meio às infinitas possibilidades oferecidas pela ciência. Qualquer um prefere acreditar que nossa existência individual, nossas vidas, tem um objetivo final, não sendo apenas uma série de eventos aleatórios, como diria a ciência.

  • Tito Ferradans June 14, 2009 at 3:18 pm

    provavelmente eu compro briga com minha mãe através desse texto, mas, nesse caso, o que importa é a nota, e não de fato o que eu acredito! hahahahaah!

  • Donk June 14, 2009 at 10:15 pm

    Maquiavel e seus legados…

  • Tito Ferradans June 15, 2009 at 6:09 am

    convenhamos que o vestibular é uma instituição que fomenta atos maquiavélicos!

  • Donk June 15, 2009 at 3:01 pm

    É.

    Sempre desconfiei…