Day-to-Day

Non-stop Action.

April 7, 2011

Ando filosofando um bocado sozinho nos últimos tempos, e ontem a questão que me pegou, enquanto estava no cinema foi: “como será a sensação de fazer um filme para a telona?”. Tá, eu trabalhei no Final Feliz/Cinemark, mas dei o vacilo de não ver o resultado no cinema. Tem o Paraguayo também, mas é outra história. I mean: tem uma magia extra no fato de ir até o cinema, um lugar com uma tela enorme onde as imagens são projetadas. Fazia tempo que não ia no cinema (desde Rango), e tenho visto muito filme em casa mesmo. A experiência não chega nem perto, e isso é bem óbvio.

Agora entra a parte crítica da coisa. Fui num cinema que considero bem ruim, mas é o mais perto de casa, então… Quando um filme passa no filtro de “esse sim deve ser uma experiência sensacional”, vejo de novo em uma sala melhor. O Bristol é ruim demais! Vi dois filmes em salas diferentes ontem, e só posso dizer que estava uma pior que a outra, especialmente na parte sonora. Na primeira, achei que ia ficar surdo, de tão alto que ia o som. E sem graves, só agudos. Nos trailers, tive a nítida impressão de que só tinham caixas na parte frontal da sala, mas, durante o filme, a coisa ficou mais dividida (o que não significa “boa”, vale ressaltar). Na segunda, havia um atraso sensível entre as caixas da frente e de trás, também com o problema dos graves faltando. Ou seja, rolava um eco muito feio no filme todo. Ah, e o ar-condicionado é glacial.

Agora, saindo do ambiente, e entrando na tela… Devia ter ido ver um filme só. Economizava tempo e dinheiro. Vou na ordem que assisti, pra vocês entenderem a crise. O primeiro foi Sucker Punch. Sabia que era ação acima de tudo, graças a Zack Snyder, que dirige a obra. Me diverti muito com o filme. O dito cujo cria um clima angustiante em menos de cinco minutos sem dizer uma única palavra, com uma versão de Sweet Dreams. O filme todo parece uma série de videoclipes, com pouquíssimas falas, e ainda menos seqüências sem ação, embalado o tempo todo por uma trilha musical pop/rock. O visual é sempre impressionante, e tirando o fato das caixas de som quase estourando, o som pareceu bem divertido também (não posso avaliar, né?). Ficou resolvido que vou ver de novo, no IMAX, quem sabe ainda hoje.

Saí do filme repassando na cabeça as cenas impressionantes. Esperei dar a hora do próximo filme. A desgraça se anuncia no título. Fúria Sobre Rodas. Ainda não entendo porque vi isso. O filme abre mal, apelando para violência gratuita. Já falei no passado que gosto de violência no cinema, mas, pelo amor de Deus, ou você justifica no estilo, ou na história. Não aconteceu nenhum dos dois. A coisa mais divertida é o personagem do Contador, que é interpretado por William Fitchner, mas só porque eu já gostava muito dele em Prison Break, e ele aqui faz um papel muito parecido. As seqüências de ação não são emocionantes, são tediosas. Os efeitos visuais são BIZARROS (na conclusão da história, quando Milton consegue o que quer), vemos uma série de efeitos tão mal feitos, tão mal feitos que me fizeram sentir saudade de Segurança Nacional.

É aí que volta o tema do início do post… É tão raro achar um filme decente hoje em dia no cinema (fazendo um gráfico de quantidade/qualidade), que chega entristece. É impossível que tenham acabado as boas histórias, então porque se produzem tantas ruins?

  • Tito Ferradans April 7, 2011 at 10:24 am

    Só pra fazer uma ponte com aquela questão da violência… Hoje cedo assisti aqui em casa “Hobo With A Shotgun”, um daqueles fake trailers de “Grindhouse” (“Death Proof” + “Planet Terror”) que, assim como “Machete”, acabou virando filme mesmo.

    É MUITO violento. Muito mesmo, mas considerando toda a estética do filme, a violência é um elemento gráfico E faz parte da história. Então, não ficamos surpresos quando o sujeito mastiga vidro e logo depois tá tudo bem com ele.

    Ah, também é o filme mais saturado (em termos de cor) que eu jamais vi. Ê filme colorido, viu… Mas diverte, bem mais que “Fúria Sobre Rodas”.