Day-to-Day

Pré-Visões.

October 4, 2009

Talvez só eu que seja estranho a esse ponto, mas compartilharei meus pensamentos para que vocês decidam se são assim também. Ou não!

Percebi hoje, (faz uns cinco minutos) enquanto tomava meu saudável café da manhã para descansar a cabeça de uma edição levemente mais complicada que o normal, que enquanto eu faço as coisas no programa, meu raciocínio se concentra nos passos que ainda estão por vir.

Entrando em mais detalhes, pra ficar mais claro, a edição é a montagem de uma Typo (animação com tipografia, no mesmo estilo daquela de RocknRolla que eu postei aqui, muito tempo atrás). Montando a Typo você precisa, quase matematicamente, raciocinar de onde virá cada palavra, o tempo do movimento, a posição da câmera, giros, zoom ins e outs, a sincronia com o som e a legibilidade da coisa.

A estrutura básica se monta quase sozinha uma coisa puxa a outra, que puxa outra, e assim por diante, até o texto todo estar disposto numa folha de papel. Sempre começo no papel. Dá mais liberdade e agiliza as coisas. Vou pular os próximos passos porque eles não tem nenhuma relação com a teoria apresentada na introdução. Por fim, chegamos à parte relativa à animação de fato.

Tudo começa a partir de uma imagem gigantesca, onde você tem todo o texto, mais ou menos já organizado da forma que a camera vai percorrer. O dificil mesmo é comandar a câmera, e a sinfonia de palavras que surgem na tela, aparentemente do nada. O principal objetivo é fazer com que isso discorra sem causar muito estranhamento no espectador. É isso que vou fazendo, lentamente, porque é mais complicado do que parece (e olha que já parece complicado só de olhar).

É exatamente nesse ponto que minha teoria se aplica. A cabeça fica dois ou três segundos adiante das mãos e olhos. Três segundos, pode não parecer muito, mas veja quantas palavras você fala em três segundos, num humor mais ou menos indignado. Três segundos é muita coisa. As mãos organizam os movimentos já definidos, a cabeça fica pensando no PRÓXIMOS movimentos, mas não de maneira geral. “Essa palavra vem daqui, essa outra dali, a câmera gira”. Nããão, nada disso. “A palavra tal vem aos 0m.7s.29f, da direita para a esquerda, em preto, saindo de trás do zoom da letra J, em 3 frames, que é o tempo da pronúncia, para então a câmera se deslocar 45 pixels, de forma suavizada para não quebrar o desfoque do movimento e a dinâmica do texto” e por aí vai. Era isso que eu queria dizer com “passos adiante”. Fica bem evidente nesse tipo de coisa, mas acontece também em outras situações relacionadas a criação e desenvolvimento, disfarçadamente.

Assim como eu tenho isso para essas situações, acredito que outras pessoas tem pra outras coisas. Só pra citar exemplos e valorizar mais minha tese, creio firmemente que Donk tem isso enquanto dirige, ou Diego enquanto toca algum instrumento. Talvez não de forma tão consciente, mas…

Tentem observar e vejam a que conclusões chegam! Depois, sejam bem vindos a apresentar suas conclusões nos comentários!

  • Tito Ferradans October 4, 2009 at 10:32 am

    Acho que com isso eu quebro minha longa linha do tempo sem postagens grandes e pensativas. Aleluia.

  • Samy October 4, 2009 at 1:19 pm

    Pô num entendi nada, mas vc escreve tão bem que da prazer em ler seu texto mesmo sem entender lhufas! hahahahahahaha
    Mentira, entendi a verve da coisa mas to com preguiça de comentar… I’m too tired for that, i’ll be back soon to do it okey?
    Só mais uma coisa Cara vc escreve bem!!!!!!!!

  • fatima October 4, 2009 at 7:30 pm

    Tito, aí está a experiência que nos mostra que é impossível ser um só… cada um é um universo, como dizia Raul. A nossa pluralidade sentida e observada, é que você descreve. E, ouso dizer que voce nem descreveu todas as coisas e funcionamentos presentes enquanto mãos e pensamentos estão no foco…
    beijoca

  • Jules October 4, 2009 at 8:05 pm

    Eh.. eu tenho isso quando to escrevendo.. Agora, por exemplo.

  • fiuzaLima October 4, 2009 at 8:33 pm

    Belo texto, rapaz.
    Acho que essa aí é uma boa redação de vestibular, pois presta (não é chata como elas geralmente são) e tá no modelo! haha.

    O mais legal é que você descreveu a tomada de consciência da coisa… Sei lá, talvez o que você escreveu seja o que se chama de inteligência. Um jogador de futebol está com a mente uns 5 segundos, no mínimo, à frente do presente. Um escritor de contos ou de qualquer porra também.

    Por isso acho que talvez tenhamos mais que cinco sentidos.

    Ps.: O comment ficou estranho.