Day-to-Day

Sou porque sou. Se não fosse, não seria.

August 16, 2009

Normalidade não é uma palavra que me abrange. Ou, pelo menos, tento ficar fora de seu alcance. Tento não ser o típico tipo de pessoa que você encontra pela vida  e esquece minutos ou horas depois. Sou uma mistura de tempos. Acho que o não me abarco pelo presente. Estou dois passos atrás, para muita coisa, e um passo a frente para outras tantas. Tenho um conservadorismo para relacionamentos que não é comum à minha geração. Gosto do novo, gosto ainda mais do útil. Não, não gosto do fútil. Não vejo graça no previsível, ele está por todas as partes. Me agradam todas as pequenas ações inusitadas e as coisas que ninguém faz ou diz. O acaso me impressiona sempre.

O mundo me parece coberto de fumaça e fuligem, disfarçando e encobrindo a tudo e a todos. Meu fingimento de normalidade é profundamente mais tedioso que a normalidade real. É meu disfarce, é minha fuga, é meu desafio lançado a quem tenta se aproximar. Juntando uma boa parcela de seletividade com “todo cuidado é pouco”,  surge uma pessoa de poucas conexões. Sou mais extrovertido quando virtualmente me coloco.

Quando triste, me calo. Quando sem graça, sorrio. Quando sem resposta, sorrio. Sorrio sozinho com memórias e músicas. Choro sozinho com músicas e memórias. Falo sozinho (talvez até demais: diálogos pluripersonificados), canto sozinho. Vivo sozinho. Gosto de pensar assim. Gosto de ser “Só Tito Ferradans”. Respondo por aquilo que me diz respeito e tento entender de tudo um pouco e ser bom em tudo que faço. Óbvio, nem sempre consigo. Mas garanto que não é por falta de esforço.

Sinto estar no caminho certo, mas tenho medo de ter pego alguma curva errada ao longo da viagem. Viagem sem sinalização e sem limite de velocidade. Viagem com destino comum a todos, mas de caminhos infinitamente diversos. A ideia aqui não é seguir um pronto. Faço minha trilha em meio a avenidas, prédios, árvores, rios e montanhas.

Não há necessidade de preocupação para com o fim. Mais cedo ou mais tarde, ele vai chegar. Se isso já é certo, definitivamente, é suficiente para mim. Quanto mais se pensa no fim, mais se aproxima do fim. Mais se perde do ‘durante’.

Alma inquieta procura: iluminação superior.  (2000W de potência, ou mais).

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  • Vick August 17, 2009 at 1:12 pm

    Só tenha cuidado pra não ser MUITO(no sentido de frequencia) ‘Só Tito Ferradans’ e depois, se achar só no seu ser.Sem sentido, e sem companhia.
    Meu deus, isso ficou muito ‘voce vai morrer sozinho’.Não é isso!hahaha, é só uma reflexão.Tente ser um pouco de outros também, se alimentar de outros.Tá, isso também ficou estranho!Ah, você entendeu!(L)

  • Fiuza August 18, 2009 at 2:42 pm

    É por isso que eu me arrisco a dizer que você é a pessoa mais interessante que conheço.

    Tenho um grau de concordância invariável com você – é de sempre 50%. 50% eu concordo, outros 50% discordo completamente, mas isso não te afasta de mim, bem como não te afasta dos outros.

    E é legal ver como você desenvolve seus conceitos de vida, na base do “vivendo” mesmo. Isso faz com que sua passagem pela vida das pessoas seja intensa, tanto que muitas coisas no cotidiano me remetem a você, não por saudade ou por te amar e tal, mas porque você é único como se diz, sem ser esquisito e tendencioso. Leio e releio certos livros, é você de quem lembro. Assisto a filmes – into the wild que o diga – e, caralho, Tito Ferradans!

    Mais legal é ver como pessoas como você se surpreendem, às vezes, com situações em que o controle não está às mãos, né? hahahahaha! Tenho parado pra reparar como isso é engraçado nos últimos tempos.
    É o acaso revidando esse seu jeito “Tito Ferradans”, talvez mostrando que nem sempre dá pra programar ou estereotipar algo.

    Eu e algumas outras pessoas podemos dizer que vimos você passar por face-lit’s, mas sem mudar realmente. Sempre conservando o que é seu. Se isso é certo ou errado, só Deus (ou o acaso) sabe.

    Abraço!

  • Fiuza August 18, 2009 at 2:44 pm

    E, “aproveitando o espaço que me é peculiar”, não tenho saco de parar meu trabalho pra decodificar suas mensagem em morse – parecem aqueles riddles que a gente brincava na época de colégio. Como era o nome daquilo mesmo? Será que ainda existe?

  • Tito Ferradans August 18, 2009 at 6:21 pm

    Deveras correto, senhor fiuza! hahaha! Quando o bicho sai do controle, é uma verdadeira corrida pra colocar tudo nas rédeas de novo! Muitas vezes contando com a ajuda de pessoas importantes (ô véi! liga praquela loja… acho que ali tem os pneus…).

    Falando em Into the Wild, um professor comentou esse filme nas aulas de hoje. E ontem eu tive mais uma idéia viajante de viagens… É ampla, mas possível. Algo como “o quão longe dá pra se chegar com cem reais, coragem e um documento de identidade no bolso, em uma semana”. – Precisamos bolar nossa viagem. Precisamos MESMO.

    Os riddles? Doubt! hahahaha! Traduzindo o código dessa mensagem:
    CQ, CQ. (Seek you, seek you = anyone hear?)
    HELP!

  • Diego August 18, 2009 at 8:50 pm

    Há quanto tempo eu não passo por aqui? Séculos!

    Eu sempre me senti muito confortável ao seu lado por termos muitas coisas essenciais em comum. Eu tenho problemas com rotinas, gosto da novidade, do louco. Quando você chega por aqui sempre me recorda disso. Me retirar da minha vida normal para uma empreitada completamente diferente. Agradeço por isso. Adoro me sentir mais livre.

    Temos – porém – uma diferença com relação ao social, relacional(como queira). Sinto que sou completo sem as outras pessoas, mas infeliz sem elas. Essa vida de lobo solitário provavelmente me deixaria frustrado ou completamente mudado.

    Muitos momentos eu me sinto uma aberração nesse mundo de normalidades. Acho que sou um peixe contra a maré. Somos, no âmago, todos um pouco assim. Uns mais, outros menos. Uns são tantos que não conseguem se adaptar ao mundo comum. Os loucos. Será que somos loucos?

  • Guilherme Fiuza August 18, 2009 at 10:32 pm

    Ou será que somos bobos?

    Viagem? Bora! Posso agendar minhas férias pra qualquer época pra gente se picar!

    =D

    Vai ser show de bola, mamãe me leve…

  • Tito Ferradans August 19, 2009 at 6:39 am

    Sempre existe a possibilidade de sermos loucos bobos… A princípio, achei que esse post ia passar desapercebido. Ainda bem que errei na previsão.

    De fato, acabo puxando comigo algumas pessoas na loucura, e com o tempo, acabamos todos aprendendo quem topa cada tipo de anormalidade e as companhias certas pra cada programação.

    É donk, A viagem. Em Janeiro/Fevereiro! E nada de mamãe! hahahahahaha! Essa a gente vai poder contar pra filhos, netos, bisnetos, e por aí vai.

  • Guilherme Fiuza August 19, 2009 at 10:50 pm

    Kombi…