Como ontem a parada foi pesada, hoje me programei pra ser mais leve, e não me destruir tanto (meus ombros ficaram doendo de tanto carregar a mochila – gradualmente cheia – nas costas o dia todo). A idéia era ir pro Bronx Zoo, e depois pro Jardim Botânico de NY. O zoológico só abria às 10am, então levantei nesse horário. 10h30 eu tava por lá. Um frio desgraçado, acho que o pior de todos. O fato de só ter mato e lagos e terra em volta reforça o frio, a civilização dá uma disfarçada. Quando abri o mapa do lugar, já comecei a repensar meu dia, de tão grande que é o espaço.
Por causa do frio, muitos bichos estavam “guardados” em lugares mais quentes, como os da savana. Zebras, girafas, gorilas, elefantes… Comecei pelas hienas, e fui passando por um monte de pássaros. Além de um desenho de cada bicho, eles tinham descrições e peculiaridades numa pequena placa. Mas não só de jaulas e frio vive esse zoológico. Tinham váááárias exposições especiais, como uma só sobre Madagascar, ou o ambiente do Himalaia, a casinha dos répteis, aves de rapina, tigres, uma recriação de floresta do Congo MUITO incrível (com direito a caixas de som enterradas na lama) e um aviário com muitos bichos passando por cima da sua cabeça.
A última vez que eu fui num zoológico, foi em 2010, em Los Angeles. Em São Paulo tem um, mas nunca tive curiosidade de conhecer. Não sei por que. Aqui, a maioria dos visitantes também é de fora. Muita gente falando em espanhol, várias excursões que passam – literalmente – correndo pelas coisas, com as crianças gritando e sem prestar atenção em nada. Fiquei meio indignado, e sempre que via um grupo, esperava eles passarem. Eu gostei de ir porque dá pra ver os bichos de perto, mas tem tanta coisa que incomoda – o fato de eles estarem presos, a barulheira dos visitantes, a sujeira dos visitantes – que acabei me questionando sobre o passeio. O interessante é que eles têm vários programas de pesquisa e reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas de extinção – essas espécies estão indicadas nas plaquinhas.
Uma coisa curiosa sobre essa cidade é que você nunca sabe de onde as pessoas são. Ok, tem uma galera que tem traços muito fortes, mas, distinguir os europeus, por exemplo, é bem complicado. Só dá pra saber com alguma precisão a origem do camarada quando ele fala. Já achei vários brasileiros, e tenho certeza que eles não me identificaram como brasileiro, porque não dei um pio.
Retomando o passeio, em um dado momento, percebi que estava com fome. Achei que tava cedo e fui olhar o relógio. Já era 1pm, ou seja, eu tava ali há três horas e meia andando! Me dirigi pro refeitório e comi a pior comida da viagem. Um cachorro quente – só a salsicha, quase esturricada, num pão seco e esfarelante – com batata frita – fria. E foi caro! Pra acompanhar, tomei um copo gigante de água, que deu uma melhorada na boca – tá toda partida, ardendo, não achei manteiga de cacau.
Depois de passar nos lugares que ainda não tinha ido, saí do Zoo. Tava bem cansado e resolvi voltar pra casa ao invés de ir pro Jardim Botânico – imagino que a maioria das plantas esteja sem folhas! A jornada de metrô demorou um bocadinho, porque tava bem pro norte. Aproveitei e dei uma parada num mercadinho e me reabasteci de comidas domiciliares – morangos, iogurtes, manteiga, pão e recheios. Por aqui, tenho descansado, porque acho que tem uma gripe querendo entrar. O corpo tá cansado, mas a cabeça não tá deixando a doença chegar. Nunca tinha sentido isso tão claramente.
Comentário aleatório: como tomei banho logo antes de sair, quando fui pra rua, meu cabelo ainda tava molhado, e coloquei o gorro por cima. Só quando cheguei de volta em casa é que descobri o tamanho da tragédia visual. Parecia MUITO que eu tinha colado todo o meu cabelo na cabeça. Fui tentar bagunçar, e o caos não se instaurava! Do jeito que eu soltava, ele ficava, estático. Fiz uns penteados surreais, mas cansei da brincadeira e fiquei me debatendo pra ver se ele voltava ao normal. Ainda não voltou!
fotos incríveis, como sempre.
Massa, Titão!
sensacional!
Titão, vou ficar rica e pagar viagens pra você só pra ler seus posts! Tão demais! Aproveita aíi
faz fotos do cabeloooooo
Opa, valeu meu povo! Se financiarem minhas viagens, continuo escrevendo. Se não financiarem, escrevo do mesmo jeito. hehehehehehe.
Só não tiro foto do cabelo porque é muito complexo. Só vejo a desgraça quando chego de noite, e aí não tem mais luz que ajude. Além do quê, tirar foto de si mesmo é MUITO complexo/chato. :P