O Phipho foi um dos EQS que mais consegui participar. Chamado meio em cima da hora pelo Dilson, para substituí-lo como continuísta, deu pra fazer um bocadinho de fotos legais, como vocês viram no último post e verão ao longo desse.
O roteiro, do próprio Dilson e do Will, conta a história de um zumbi que quer se reintegrar à sociedade, mas não consegue encontrar a forma mais adequada de fazê-lo. Pelo meio do filme, temos uma animação – a qual fui convidado a fazer, e não sou do tipo que nega trabalho, portanto deve ser feita ao longo desse segundo semestre – e acompanhamos uma boa parte das peripécias do zumbi em live action mesmo.
Contracenando com o zumbi, a mocinha do filme. Para ambos os papéis, o casal do Final Feliz, Vitor Placca e Mari Rattes, disfarçados com muitas e muitas horas de maquiagem – eles chegavam no set pelo menos umas quatro horas antes do resto da equipe!
Direção do Caio Zam, acho que foi o EQS mais inovador em termos de técnica, que vi no semestre. Na primeira diária, externa. Na segunda, filmagens no Cinusp, e na terceira, um longo plano seqüência, apenas. Som 5.1, proposto pelo, já mencionado, Mister X e pelo Vitor Coroa, e um elaborado trabalho de câmera na conta do Emílio Gonzales e Matheus Rufino como seu assistente.
Também estavam na empreitada a May, como assistente de som, e o Albanit, na assistência de foto. A continuidade da coisa era bem simples. Tudo se resumia a anotar qual take de cada plano valeu, pois os cenários mudavam com muita freqüência, e não tínhamos personagens interagindo muito com objetos, para mudar suas posições.
Retomando a cronologia da coisa, na primeira diária, ao chegar na USP, encontramos uma névoa do mal. Era tão densa que a gente confundia pessoas com árvores, e árvores com pessoas. Isso acabou atrasando os planos em mais de duas horas, e uma corridinha com a ordem do dia, por conta da Nath, fez com que as coisas fluíssem assim que a neblina sumiu. Claro, tivemos que encharcar nossos sapatos para eliminar todas as gotinhas de orvalho da grama, afinal, elas ficavam mal na câmera!
Um dos figurantes mais divertidos era o Kingston, cachorro da Nath, que distribuía lambidas em quem se aproximasse, e corria loucamente pela praça. Depois ele percebeu que a vida de figurante não é mole, e foi embora de carona pra casa. Outra participação importante do dia foi a do Dilson, como ladrão, que com seu figurino sensacional – sério, essa máscara é muito genial! -, e sua total cara de bandido, provocava risadas por onde fosse.
Depois do momento do assalto, o Phipho devora o bandido, e se aproxima da mocinha, para devolver sua bolsa, momento onde tivemos mais uma criatura sobrenatural no set, o câmera-fantasma, com a cabeça coberta para enxergar o visor direito no Sol escaldante – e nada compatível com a neblina de algumas horas antes.
Esse momento romântico marcava o fim da diária, e retorno ao estúdio, para o Elton, que encabeçava a Arte – uma das melhores de todas -, e pro Emílio, que tinha refletores a posicionar, e luzes para criar. O som ainda pediu mais um tempinho na praça, com seu microfone duplo, para coberturas estereofônicas. Som 5.1 tem lá suas exigências.
A segunda diária, no Cinusp, começava mais cedo para a equipe – reduzida – de foto. Cheguei antes por lá também, para ajudar no que fosse preciso. Nessa seqüencia, que será intercalada com a animação, o Phipho verá um resumo de sua vida, na telona. Alguns figurantes aqui e ali, preenchendo o quadro – e me dando trabalho, porque tinha que saber exatamente onde cada um deles ficava! – uma luz pra construir o espaço, e depois outra pra iluminar os personagens, e voilá, estavamos prontos pra rodar.
Depois de rodar tudo, e acabar a diária relativamente cedo, tivemos também mais um momento de coberturas de som, onde eu, a May e o Yugo, ajudamos o Vitor e o Mister X a captar ruídos diversos, que a gente ouve em salas de cinema. Pessoas se arrumando nas poltronas, comendo pipoca, bebendo refrigerante, e por aí vai.
Criadores e criaturas.
A terceira, e última, diária, foi numa Segunda-feira, coisa não usual para um EQS (que geralmente começam na Sexta e terminam no Domingo), e foi exclusivamente dedicada àquele tal de plano seqüência, que vinha sendo tão preparado no estúdio A do CTR. A arte estava incrível, todos os três cenários tinham um nível de detalhe e realismo absurdo, a figuração era show, todo mundo com um figurino estilo retrô, cores chamativas, perucas, e o escambau. A idéia era um travelling de nove metros, acompanhando Phipho, enquanto ele aprontava das suas em três diferentes empregos, tentativas de reintegração à sociedade.
Isso foi o Phipho, o primeiro EQS de zumbis, e que não deixou a peteca cair. Será que serve de inspiração para próximos mergulhos no tema, no próprio CTR? Esperamos que sim, afinal, zumbis são sempre geniais.
Pessoas, me perdoem se esqueci de algo importante, é que passou muito tempo entre a filmagem e a oportunidade de finalmente escrever sobre o filme. Sorry!
Mas, divirtam-se, e se lembrarem de algo, postem por aqui nos comentários!
MANO, MEU NARIZ É TORTÍSSIMO!
Ler esse post foi uma experiência reveladora sobre minhas limitações de beleza.