Day-to-Day

[EQS] Phipho.

August 4, 2011

O Phipho foi um dos EQS que mais consegui participar. Chamado meio em cima da hora pelo Dilson, para substituí-lo como continuísta, deu pra fazer um bocadinho de fotos legais, como vocês viram no último post e verão ao longo desse.

O roteiro, do próprio Dilson e do Will, conta a história de um zumbi que quer se reintegrar à sociedade, mas não consegue encontrar a forma mais adequada de fazê-lo. Pelo meio do filme, temos uma animação – a qual fui convidado a fazer, e não sou do tipo que nega trabalho, portanto deve ser feita ao longo desse segundo semestre – e acompanhamos uma boa parte das peripécias do zumbi em live action mesmo.

Contracenando com o zumbi, a mocinha do filme. Para ambos os papéis, o casal do Final Feliz, Vitor Placca e Mari Rattes, disfarçados com muitas e muitas horas de maquiagem – eles chegavam no set pelo menos umas quatro horas antes do resto da equipe!

Direção do Caio Zam, acho que foi o EQS mais inovador em termos de técnica, que vi no semestre. Na primeira diária, externa. Na segunda, filmagens no Cinusp, e na terceira, um longo plano seqüência, apenas. Som 5.1, proposto pelo, já mencionado, Mister X e pelo Vitor Coroa, e um elaborado trabalho de câmera na conta do Emílio Gonzales e Matheus Rufino como seu assistente.

Também estavam na empreitada a May, como assistente de som, e o Albanit, na assistência de foto. A continuidade da coisa era bem simples. Tudo se resumia a anotar qual take de cada plano valeu, pois os cenários mudavam com muita freqüência, e não tínhamos personagens interagindo muito com objetos, para mudar suas posições.


Retomando a cronologia da coisa, na primeira diária, ao chegar na USP, encontramos uma névoa do mal. Era tão densa que a gente confundia pessoas com árvores, e árvores com pessoas. Isso acabou atrasando os planos em mais de duas horas, e uma corridinha com a ordem do dia, por conta da Nath, fez com que as coisas fluíssem assim que a neblina sumiu. Claro, tivemos que encharcar nossos sapatos para eliminar todas as gotinhas de orvalho da grama, afinal, elas ficavam mal na câmera!

Um dos figurantes mais divertidos era o Kingston, cachorro da Nath, que distribuía lambidas em quem se aproximasse, e corria loucamente pela praça. Depois ele percebeu que a vida de figurante não é mole, e foi embora de carona pra casa. Outra participação importante do dia foi a do Dilson, como ladrão, que com seu figurino sensacional – sério, essa máscara é muito genial! -, e sua total cara de bandido, provocava risadas por onde fosse.

Depois do momento do assalto, o Phipho devora o bandido, e se aproxima da mocinha, para devolver sua bolsa, momento onde tivemos mais uma criatura sobrenatural no set, o câmera-fantasma, com a cabeça coberta para enxergar o visor direito no Sol escaldante – e nada compatível com a neblina de algumas horas antes.


Esse momento romântico marcava o fim da diária, e retorno ao estúdio, para o Elton, que encabeçava a Arte – uma das melhores de todas -, e pro Emílio, que tinha refletores a posicionar, e luzes para criar. O som ainda pediu mais um tempinho na praça, com seu microfone duplo, para coberturas estereofônicas. Som 5.1 tem lá suas exigências.

A segunda diária, no Cinusp, começava mais cedo para a equipe – reduzida – de foto. Cheguei antes por lá também, para ajudar no que fosse preciso. Nessa seqüencia, que será intercalada com a animação, o Phipho verá um resumo de sua vida, na telona. Alguns figurantes aqui e ali, preenchendo o quadro – e me dando trabalho, porque tinha que saber exatamente onde cada um deles ficava! – uma luz pra construir o espaço, e depois outra pra iluminar os personagens, e voilá, estavamos prontos pra rodar.



Depois de rodar tudo, e acabar a diária relativamente cedo, tivemos também mais um momento de coberturas de som, onde eu, a May e o Yugo, ajudamos o Vitor e o Mister X a captar ruídos diversos, que a gente ouve em salas de cinema. Pessoas se arrumando nas poltronas, comendo pipoca, bebendo refrigerante, e por aí vai.

Criadores e criaturas.

A terceira, e última, diária, foi numa Segunda-feira, coisa não usual para um EQS (que geralmente começam na Sexta e terminam no Domingo), e foi exclusivamente dedicada àquele tal de plano seqüência, que vinha sendo tão preparado no estúdio A do CTR. A arte estava incrível, todos os três cenários tinham um nível de detalhe e realismo absurdo, a figuração era show, todo mundo com um figurino estilo retrô, cores chamativas, perucas, e o escambau. A idéia era um travelling de nove metros, acompanhando Phipho, enquanto ele aprontava das suas em três diferentes empregos, tentativas de reintegração à sociedade.

Plano Seqüência em foto!

Isso foi o Phipho, o primeiro EQS de zumbis, e que não deixou a peteca cair. Será que serve de inspiração para próximos mergulhos no tema, no próprio CTR? Esperamos que sim, afinal, zumbis são sempre geniais.

  • Tito Ferradans August 4, 2011 at 9:24 am

    Pessoas, me perdoem se esqueci de algo importante, é que passou muito tempo entre a filmagem e a oportunidade de finalmente escrever sobre o filme. Sorry!

    Mas, divirtam-se, e se lembrarem de algo, postem por aqui nos comentários!

  • Albanit August 6, 2011 at 5:24 am

    MANO, MEU NARIZ É TORTÍSSIMO!

    Ler esse post foi uma experiência reveladora sobre minhas limitações de beleza.